quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Etapas da adolescência


A adolescência é uma extraordinária etapa na vida de todas as pessoas. É nela que a pessoa descobre a sua identidade e define a sua personalidade. Nesse processo, manifesta-se uma crise, na qual se reformulam os valores adquiridos na infância e se assimilam numa nova estrutura mais madura.

A adolescência é uma época de imaturidade em busca de maturidade. Mas... como é difícil para os pais este novo período na educação dos filhos! No adolescente, nada é estável nem definitivo, porque se encontra numa época de transição.

Vejamos, pois, em que consiste a adolescência e o que é a maturidade; quais são as mudanças que os adolescentes costumam sofrer, bem como as fases pelas quais vão passando, para podermos ter atitudes positivas que favoreçam a superação dessa crise.

O caminho básico que os pais devem seguir é o da compreensão, com o devido respeito e carinho que merece cada um dos adolescentes.

A adolescência é este período no qual uma criança se transforma em adulto. Não se trata apenas de uma mudança na altura e no peso, nas capacidades mentais e na força física, mas, também, de uma grande mudança na forma de ser, de uma evolução da personalidade.

ALTERAÇÕES QUE SUCEDEM NAS DIFERENTES ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA

a) A puberdade ou adolescência inicial (11 a 14 anos)

- Nasce a intimidade (o despertar do próprio "eu").

- Crise de crescimento físico, psíquico e maturação sexual.

- Não há ainda consciência daquilo que se está a passar.

- Conhece pela primeira vez as suas limitações e fraquezas, e sente-se indefeso perante elas.

- Desequilíbrio nas emoções, que se reflecte na sensibilidade exagerada e na irritabilidade de carácter.

- "Não sintoniza" com o mundo dos adultos.

- Refugia-se no isolamento ou no grupo de companheiros de estudo, ou integra-se num grupo de amigos.

Ajudas positivas:

- Conhecer bem cada adolescente, os seus pontos fortes, as suas fraquezas, amizades, etc.

- Revelar-lhe como é, o que lhe está a suceder e que sentido têm as mudanças que está a sofrer.

- Que conheça as suas limitações e as suas possibilidade.

- Ajudá-lo a esclarecer o que é a autêntica liberdade, distinguindo-a da libertinagem.

- Que desenvolva a virtude da fortaleza, para que possa fazer por si mesmo esforços pessoais.

- Fomentar a flexibilidade nas relações sociais.

- Sugerir actividades que lhe permitam estar ocupado.

- Que reflicta nas influências negativas do ambiente, especialmente nas que derivam da manipulação publicitária e nas que motivam condutas sexuais desordenadas.

B) A adolescência média (13 a 17 anos)

- Do despertar do "eu" passa-se à descoberta consciente do "eu", ou da própria intimidade. A introversão tem agora lugar, pois o adolescente médio precisa de viver dentro de si mesmo.

- Aparece a necessidade de amar. Costumam ter imensas amizades. Surge o "primeiro amor".

- A timidez é característica desta fase. Medo da opinião alheia, motivado pela desconfiança em si mesmo e nos outros.

- Conflito interior ou da personalidade.

- Comportamentos negativos, de inconformismo e agressividade para com os outros. Causados pela frustração de não poderem valer-se por si mesmos.

Ajudas positivas:

- Guiá-los para que adaptem as suas condutas às aspirações mais nobres e íntimas que descubram dentro de si.

- Que saibam desmascarar as manipulações publicitárias e as do meio ambiente, especialmente as do consumismo e tudo aquilo que não lhes permita meterem-se dentro de si mesmos e reflectir.

- Que aprendam a procurar o silêncio, para que, sem medo, possam conhecer-se a si mesmos - a pensar e a reflectir - e descobrir as suas mais profundas aspirações e fazer propósitos com decisão.

- Colaborar com eles para que descubram o valor e o respeito pela intimidade.

- Que se esforcem por pensar e reflectir com rigor, evitando a superficialidade.

- A paciência e o amor, unidos a uma suave firmeza, são os recursos para libertar o jovem da esfera das suas impertinências.

- Evitar os enfrentamentos violentos. Permitir-lhe que se acalme perante as suas reacções violentas.

- Manter a serenidade a todo o custo, para poder dialogar com ele.

C) A adolescência superior (16 a 22 anos)

- Começa a compreender-se e a encontrar-se a si mesmo e sente melhor a integração no mundo onde vive.

- Apresenta um significativo progresso na superação da timidez.

- É mais sereno na sua conduta. Mostra-se menos vulnerável às dificuldades.

- Tem maior autodomínio.

- É a época de tomar decisões: futuro, estudos...

- Começa a projectar a sua vida.

- Estabelece relações mais pessoais e profundas.

Ajudas positivas:

- Que aprendam a escutar e a compreender os que pensam de forma diferente da deles ou do seu pequeno grupo, mas que não abdiquem das suas ideias ou princípios.

- Que reflictam constantemente sobre os pontos de vista que são contrários aos seus, sabendo interpretá-los adequadamente.

- Que saibam suportar as contrariedades que qualquer responsabilidade implica, seja própria ou perante os outros.

- "Querer é poder". Que se convençam de que não é possível conseguir mais se não nos propomos seriamente a isso.

Tópicos para lidar com um adolescente:

- Mostra-lhe sincera amizade.

- Estabelece uma comunicação baseada no respeito, na confiança e na oportunidade.

- Tem sempre muita compreensão.

- Aprende a escutá-los.

- Não te canses de os animar.

- Exige suavemente, mas com firmeza.

- Compartilha dos seus projectos.

- Mede bem aquilo que lhe vais exigir.

- Mantém-te firme nas decisões que se tiverem tomado.

- Cede nas coisas de pouca importância.

(Francisco Cardona Lira - Catholic Net)

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA - 1

A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias.

A incidência de gravidez na adolescência está crescendo e, nos EUA, onde existem boas estatísticas, vê-se que de 1975 a 1989 a porcentagem dos nascimentos de adolescentes grávidas e solteiras aumentou 74,4%. Em 1990, os partos de mães adolescentes representaram 12,5% de todos os nascimentos no país. Lidando com esses números, estima-se que aos 20 anos, 40% das mulheres brancas e 64% de mulheres negras terão experimentado ao menos 1 gravidez nos EUA .

No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, número que representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70, engravidam hoje em dia (Referência). A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e, por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos.

A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante; 14% das adolescentes já tinhas pelo menos um filho e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Entre as garotas grávidas atendidas pelo SUS no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10 e 14 anos. Nesses cinco anos, 50 mil adolescentes foram parar nos hospitais públicos devido a complicações de abortos clandestinos. Quase três mil na faixa dos 10 a 14 anos.

Segundo Maria Sylvia de Souza Vitalle e Olga Maria Silvério Amâncio, da UNIFESP, quando a atividade sexual tem como resultante a gravidez, gera conseqüências tardias e a longo prazo, tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido. A adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto. É por isso que alguns autores considerem a gravidez na adolescência como sendo uma das complicações da atividade sexual.

Ainda segundo essas autoras, o contexto familiar tem uma relação direta com a época em que se inicia a atividade sexual. As adolescentes que iniciam vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cujas mães se assemelharam à essa biografia, ou seja, também iniciaram vida sexual precoce ou engravidaram durante a adolescência.

Adolescência é uma das etapas do desenvolvimento humano caracterizada por alterações físicas, psíquicas e sociais, sendo que estas duas últimas recebem interpretações e significados diferentes dependendo da época e da cultura na qual está inserida.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, adolescente é o indivíduo que se encontra entre os dez e vinte anos de idade. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece outra faixa etária: dos doze aos dezoito anos. Daniel Sampaio define adolescência como sendo uma etapa do desenvolvimento, que ocorre desde a puberdade à idade adulta, ou seja, desde a altura em que as alterações psicobiológicas iniciam a maturação sexual até à idade em que um sistema de valores e crenças se enquadra numa identidade estabelecida.

Muitas culturas reconhecem pessoas como “tornando-se adultas” em variadas idades. Por exemplo, a tradição judaica considera como adultos (membros da sociedade) os homens aos 13 e as mulheres aos 12 anos de idade, sendo a cerimônia de transição chamada Bat Mitzvah para as garotas e Bar Mitzvah para os rapazes. Os jovens católicos de ambos os sexos recebem o sacramento da Crisma por volta da mesma idade. No Japão a passagem para a idade adulta é celebrada pelo Seijin Shiki (ou “cerimônia adulta” em tradução literal).

A legislação de cada país prevê sua idade formal de maioridade, quando adolescentes passam a ser tratados como adultos.

Os aspectos físicos da adolescência (crescimento, maturação sexual) são os componentes da puberdade, vivenciados de forma semelhante por todos os indivíduos. Quanto às dimensões psicológica e social, estas são vivenciadas de maneira diferente em cada sociedade, em cada geração e em cada família, sendo singulares até mesmo para cada indivíduo. É neste contexto de alteração do próprio corpo e também de uma maturação ao nível do intelecto (operações formais e abstractas), que o adolescente procura entender quem é e qual o seu papel na sociedade em que vive: interessa-se por problemas de ordem moral e ética e, por vezes, adopta ideologias.

Atualmente, o conceito mais aceito é o de que não existe adolescência, e sim adolescências em função do político, do social, do momento e do contexto em que está inserido o adolescente. A adolescência guarda ainda especificidades em termos de gênero, classe e também